As metodologias de alfabetização têm sido objeto de discussão
e polêmica ao longo da história, constituindo-se e
modificando-se a partir de necessidades sociais, de ideologias
políticas e da influência de teorias, principalmente no
âmbito da Filosofia, da Psicologia e da Linguística. Apesar
das inúmeras variações, os métodos tradicionais de alfabetização
podem ser agrupados em dois blocos: os de marcha
sintética – soletração (conhecido desde a Antiguidade), fonético,
silábico – e os de marcha analítica – global, ideovisual,
natural etc. Os de marcha sintética partem dos elementos
menores da língua (letra, fonema, sílaba), para depois
reuni-los em palavras e frases. Os de marcha analítica,
que ganham força na virada do século XIX para o XX (embora
já apareçam propostas nessa direção desde o século
XVII), têm como ponto de partida a palavra, a frase ou o conto.
Método da soletração:
• O aluno deve dominar o alfabeto,
nomeando as letras, independentemente
de seu valor fonético
e de sua grafia. Depois aprende
a grafia das letras e, em seguida,
as sílabas na ordem alfabética.
Posteriormente, forma
palavras consideradas mais simples
(monossílabos) e, depois, as
mais longas, consideradas mais
difíceis.
No método fonético, enfatiza-se o som:
• Ensinam-se primeiro as vogais e,
em seguida, o que supostamente
seria o “som” das consoantes (e
nunca o seu nome), quando possível
associado a sons da natureza
(por exemplo, para o z imitase
o zumbido da abelha).
• Formam-se as “famílias silábicas”,
destacando-se os sons das sílabas
terminadas pelas mesmas vogais.
• Formam-se palavras a partir das
“famílias” já estudadas.
• Essas novas palavras devem ser memorizadas
e vão compondo o repertório
de escrita do alfabetizando.
Método silábico:
• Apresenta-se uma sílaba de cada vez,
que pode ser apresentada isolada ou
associada a uma palavra (por exemplo:
pata – pa; barriga – ba).
• Destaca-se a sílaba fazendo-se discriminação
auditiva (em geral, pedindo
aos alfabetizandos que falem
outras palavras que começam como
ela) e visual (registrando o que é falado
na lousa ou em cartazes).
• Forma-se a “família silábica” (sílabas
decorrentes da junção da
consoante e das vogais).
• Fazem-se discriminações auditiva
e visual da família silábica.
• Formam-se novas palavras a partir
das “famílias já estudadas”; essas
novas palavras devem ser memorizadas
e vão compondo o repertório
de escrita do alfabetizando.
No método analítico-sintético, parte se
de palavras e seguem-se os mesmos
passos do método global descrito
abaixo.
No método global, pode-se partir do
conto, das sentenças ou da palavra. Em
qualquer desses casos, o foco acaba
recaindo em determinadas palavras,
denominadas palavras-chave. Então:
• Memorizam-se visualmente as
palavras-chave.
• Decompõem-se essas palavras.
• Com as sílabas retiradas das palavras-
chave (aproveitando todas as
sílabas que as compõem), formam se
novas palavras.
• Essas palavras devem ser memorizadas
e passam a integrar o repertório
de escrita do alfabetizando,
junto com as palavras-chave e outras
memorizadas a partir do conto
ou das orações.
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